sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Domingo de folia pré-carnavalesca em BH

Neste domingo, a praça JK, no Mangabeiras recebe, a partir das 12h, o Circuito de Bloquinhos de Carnaval. O evento tem entrada gratuita, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível – a troca de ingressos acontece no Mart Plus, Avenida Uruguai, Sion. O pré-carnaval conta com uma estrutura especial, com bares e praça de alimentação, sanitários, decoração carnavalesca, além de segurança e posto médico.

Ao longo do dia, as bandas Oi de Gato, Tô de Cara (TDC), Trem das Onze e a Escola de Samba Canto da Alvorada comandam a festa. Os alimentos serão doados ao projeto social Força do Bem, que redistribuirá entre instituições e creches.

SERVIÇO:
Circuito de bloquinhos de carnaval
Data: 23/02
Horário: 12h às 20h
Local: Praça JK, Mangabeiras

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Artigo - A doença mental e a sustentabilidade empresarial

O novo modelo empresarial do século 21 está baseado em trabalhadores saudáveis, dentro de organizações saudáveis, que respeitam e contribuem para uma comunidade e meio ambiente saudáveis. Já se fala em sustentabilidade empresarial no campo do trabalho.  Sustentável, neste aspecto, é a empresa que se preocupa com a qualidade do ambiente de trabalho, propiciando condições favoráveis à manutenção da saúde física e mental de seus empregados.

Não obstante, algumas empresas brasileiras vêm andando na contramão. Através de formas de gestão obsoletas e indignas, e também de uma visão completamente desfocada dos princípios que norteiam a relação de trabalho, estas empresas “coisificam” seus empregados e exploram a mão de obra até não mais poder. Uma das piores e mais nefastas formas de exploração é a violência psicológica.

A violência psicológica se consuma de diferentes formas. São realmente ilimitadas. Tudo que possa abalar o psiquismo do empregado causando ou agravando a doença mental, nesta categoria se enquadra.

Podemos exemplificar essa situação de violência psicológica com um “padrão gerencial” que vem literalmente “nocauteando” a mão de obra, trazendo enormes danos ao psiquismo do trabalhador: É a cobrança intensa, exagerada e insuportável, para que o empregado venda e atinja resultados impossíveis. Para forçar o trabalhador a vender, as empresas usam técnicas levianas e imorais, que culminam na ameaça do corte demissional.  Essa pressão constante, para o atingimento de metas, leva o trabalhador à verdadeira “loucura”! Muitos sucumbem com menos de um ano, contraindo em geral, pânico e depressão.

Destaca-se também , a imposição exigir do trabalhador jornadas muito longas e impor-lhes um  ritmo “alucinante” de trabalho.  Neste caso, além de fazer muitas horas extras, o trabalhador ainda é mantido “plugado” ao trabalho, fora do horário de serviço, através de celulares e computador. Popularizou-se figura do  chamado “plantão”, que “ao pé da letra”, é quando o funcionário trabalhada durante o dia e também à  noite, o que é vedado pela lei, pois entre um turno e outro de trabalho há que se ter um intervalo de 11 horas.

Uma outra forma de violência psíquica bastante  atual é a exposição constante a risco  de assaltos , sequestros e outras ações criminosas, que vem se submetendo os gerentes de banco e as várias outras formas de atuação empresarial, que podem caracterizar ,inclusive, assédio moral, como é o caso por exemplo das “perseguições” infundadas, dos “boicotes”, da diminuição e segregação de empregados e, finalmente as transferências com caráter de retaliação.

Certo é que o crescimento dos índices de adoecimento mental do trabalhador é um fato que não pode passar despercebido pelos empresários, trabalhadores e Judiciário. Se o cenário da doença do trabalhador era antes dominado pela LER, hoje não mais o é.  A depressão e as doenças de ordem ansiosa, onde se inserem a Síndrome do Pânico, o Stress Pós Traumático e o TAG (Transtorno de ansiedade generalizada), vem “roubando a cena”, não havendo dúvidas do acréscimo de patologias mentais.

Como afirmamos acima, a modelo empresarial do século XXI não se coaduna com este quadro.   O índice de crescimento no adoecimento mental do trabalhador é um indício de que as coisas não vão caminhando bem, por isso é preciso que as empresas se conscientizem de que explorar a mão de obra, a ponto de adoecê-la é um enorme “nonsense”, além de ser caríssimo, não sem considerar o custo social dessas doenças, que provocam reflexos, até mesmo no seio familiar. Como registrou brilhantemente a advogada, Massuci Tolledo, “o empregador não pode se furtar à sua responsabilidade social de manter condições de saúde e segurança a seus empregados”. Se os empregadores não se conscientizarem de que são responsáveis não só pela qualidade da saúde física dos seus trabalhadores, mais também da saúde psicológica, em breve a doença mental decorrente do trabalho, vai se tornar uma epidemia.



Autora: Maria Inês Vasconcelos - Advogada, com pós-graduação em Direito de Empresa e especialista em Direito de Trabalho, possui quase 20 anos de atuação em causas trabalhistas de grande complexidade, com mais de 2 mil ações no currículo. Já atuou também como corregedora do Ipsemg, Instituto de Previdência dos Servidores do estado de Minas Gerais.